1. |
Chegaste (Beto Caletti)
03:53
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Chegaste no estalo de um samba
num breque do tambor
chegaste com a lua mais branca
tão livre e tão franca, mulher
chegaste matando o desejo
num beijo cheirando a capim
chegaste na voz do realejo
cantando pra mim
Chegaste na hora da festa
do sonho da vida
chegaste pra ser colombina
no meu carnaval
chegaste na noite mais bela
estrela sobre meu jardim
chegaste de luz fantaseada
dançando pra mim
Chegaste ao som da cor da minha viola
melodía no meu verso, pulso na minha canção
Chegaste, flor, desabrochando setembro
feito a linha do meu canto carregada de emoção
Chegaste num verso do Chico
na melodía do Tom
chegaste num filme italiano
do tempo do branco e preto
no olhar fundo de Mastroiani
no charme daquela ilusão
chegaste nas ruas de olinda, na ponte de praga
na praia da ilha do mel
chegaste no cheiro do mato e nas cores do céu
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2. |
Tua chama (Beto Caletti)
04:40
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Tudo em você me seduz
teu sorriso vai além
Toda emoção se traduz
no teu anjo
Tudo se enche de luz
brilha tua juba
Tudo o que é fogo e reluz
minha estrela
Tua chama
atravessa minha alma
faz morada no meu corpo
acendendo o desejo
Tua seta clara
como se a ilusão raiara
vem ferir a minha pele, amor
além de ti é saudade
Tudo em você é mais azul
nos teus olhos vejo o céu
O teu olhar me conduz
prà beira do mar
O teu requebro possui
o balanço da maré
Afoxé e maracatú
no teu corpo
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3. |
Faceira (Ary Barroso)
03:29
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Foi num samba
De gente bamba, oi, gente bamba
Que te conheci, faceira
Fazendo visagem, passando rasteira
Que bom, que bom, que bom
Foi num samba
De gente bamba, oi, gente bamba
Que te conheci, faceira
Fazendo visagem, passando rasteira
E desceste lá do morro
Pra viver cá na cidade
Deixando os companheiros quase
Loucos de saudade
Linda criança
Tenho fé, tenho esperança
Que, um dia, hás de voltar
Direitinho ao seu lugar
Foi num samba
De gente bamba, oi, gente bamba
Que te conheci, faceira
Fazendo visagem, passando rasteira
Quando rompe a batucada
Fica a turma aborrecida
O pandeiro não dá nada
A barrica recolhida
Tua companhia
Faz falar a bateria
Encantando o tamborim
Vem pro samba, vai por mim
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4. |
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Quando você, meu bem,
vai dar o fora
é o compasso de um samba
quando chega ao fim
como um silêncio morno
que se deita
depios do carnaval
um pierrô calado,
quieto e sem chapeu
Quando você vai embora
finda a graça
longe do teu chamego
o sonho se desfaz
mãe da ilusão
sem tua companhia
a música parou
pra te esperar
Quando você voltar
traz com você o calor
volta no seu olhar a paz
Volta logo que eu
quero cheirar você
quero beber de ti
quando você voltar
ginga um samba
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5. |
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Quando eu chego em casa nada me consola
você está sempre aflita
com lágrimas nos olhos de cortar cebola
você é tão bonita
Você traz a coca-cola, eu tomo
você bota a mesa, eu como
eu como, eu como, eu como, eu como
Você não tá entendendo quase nada do que eu digo
eu quero é ir-me embora, eu quero dar o fora
eu quero que você venha comigo...
Eu me sento, eu como, eu fumo, eu não aguento
você está tão curtida
eu quero é tocar fogo neste apartamento
você não acredita
Traz meu café com suita, eu tomo
bota a sobremesa, eu como
eu como, eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero é correr mundo
correr perigo
eu quero é ir-me embora, eu quero dar o fora
e quero que você venha comigo...
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6. |
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Toda vez que a morena cai na dança
no gingar do pandeiro feito mantra
vibra o chão no repique do batuque
e o menino sorrindo bate palma
É a mão no tambor
e é o pé no chão
é congada e maxixe
batendo no terreiro
é angola na voz no tantã
lembrando o passado
do povo brasileiro
tesão
Quando o tom do violão é mais um pranto
feito um samba canção desesperado
chora a voz da saudade como um canto
redimindo esse coração magoado
É dor, desamor
é desilusão
é a tristeza falando
através da melodía
que é filha de toda paixão
ecoando no ar
pra tirar a melancolía
de quem sofreu
Toca um bolero, meu bem
pra dizer que eu te quero
que eu sonho contigo
Passa uma banda na rua
acordando-te
cantando coisas de amor
Ah, bem querer
fecha os olhos e vê
como é bom se perder
na emoção
de uma nova canção
Quando o som dos metais acorde ao povo
na explossão desse frevo alucinado
trio eletrico sairá de novo
espalhando a loucura e o pecado
É sal, carnaval
festa e prosição
colombina no olhar
do pierrô apaixonado
é a gente formando cordão
saudando a ilusão
de um instante iluminado
tufão
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7. |
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Em cada fio
em cada trama
cada hitória cheia de mar
espalha-se tua presença
De cada grão
cada semente
brota a majestade da cor
à sombra da tua floresta
Olha o céu, finda a tarde
olha o chão, olha a graça
que faz nascer das tuas mãos
a cadência do Rio
Em cada corda
cada acorde do piano
acorda a canção
filha do teu traço singelo
Em cada chope
cada festa
cada sonho de carnaval
habita a bossa do teu canto
Ouve o mar, sente a chuva
cair na roseira
escuta como o vento traz
o balanço do Rio
Cada silêncio tem o som
da tua melodia
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8. |
No cais (Beto Caletti)
03:18
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9. |
Circular (Beto Caletti)
02:43
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Cuando a noite traz a lua
céu acende o seu clarão
brilha que começa a roda
pro couro do pagode iluminar
Festa vem de lá, da rua
da viola vem o sal
é no pé que mora o samba
que nascéu lá, no barracão
Pois é do olhar e do sorriso
que veio a amizade
daquele amor singelo
que veio a paixão
ciume virou briga
que trouxe saudade
para voltar mais perto
do teu coração
Toda a noite a gente dança
dança até a manhã chegar
logo o dia vem
e é mais um dia
mais um sonho de poesia
esperando a noite voltar
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10. |
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Triste é viver na solidão
Na dor cruel de uma paixão
Triste é saber que ninguém pode viver de ilusão
Que nunca vai ser, nunca vai dar
O sonhador tem que acordar
Tua beleza é um avião, demais prum pobre coracão
Que pára pra te ver passar
Só pra me maltratar
Triste é viver na solidão
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11. |
Paraty (Beto Caletti)
05:08
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Cidade mãe da alvorada
morada de qualquer sonho
tu tens o dom da beleza
e o jeito de trazer paz
Me perco nas tuas ruas
tuas esquinas, tuas pedras
no espelho das tuas águas
na lua de Gabriela
Na praça da Santa Rita
a tarde cai tão sem pressa
urubu no céu imenso
traçando seu vôo sereno
lá no cais do porto se balança
a esperança do saveiro
Teu horizonte mistura
palmeiras e igrejas
verde mistério da serra
sentinela da cidade
no teu silêncio profundo
se perde o grito do mar
Oh dera
e veja como surge o dia
oh dera
e veja como brilha a noite
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Beto Caletti Buenos Aires, Argentina
Beto Caletti es un músico argentino dedicado a la canción latinoamericana, se presentó en escenarios de Argentina, Brasil, México, Canadá, España, Suiza, Uruguay, Inglaterra, Bélgica, Colombia, Italia, Cuba y Japón. Editó dos libros, ocho discos y un DVD con ediciones en Argentina, México y Japón. ... more
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